Missão de Dilma para 2012: crescimento de 4%


Por Brian Winter

BRASÍLIA, 23 Jan (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff tem como principal missão neste ano um crescimento econômico de 4 por cento e está disposta a reduzir impostos, tomar medidas de estímulo e possivelmente sacrificar outras metas se preciso, disseram fontes do governo à Reuters.

Dilma se reuniu com vários ministros no Palácio do Planalto no fim de semana para compor o que uma das fontes chamou de "plano de negócios para 2012".

A presidente pode decidir sobre medidas específicas nos próximos dias e as fontes, falando em condição de anonimato, disseram que a economista de carreira está determinada que a economia do Brasil tenha desempenho melhor do que teve durante o primeiro ano de seu governo, em 2011, quando o crescimento deve ter ficado por volta dos 3 por cento.

"O número na cabeça de todos é quatro", disse uma das fontes. "Quase todo o resto que estamos fazendo gira em torno disso."




As fontes disseram que perseguirão essa meta com responsabilidade e que serão flexíveis no caso de crises externas, na Europa ou em outros lugares do mundo. As opções em jogo - de incentivos tributários para indústrias em dificuldade até empréstimos maiores através do BNDES, entre outras - serão utilizadas com cuidado, sem estragar a reputação brasileira de uma administração econômica bem dirigida, ligeiramente inclinada para a centro-esquerda, disseram as autoridades.

De qualquer forma, a prioridade ao crescimento deve significar riscos para os mercados financeiros neste ano. Entre eles podem estar mudanças repentinas e imprevisíveis de política econômica ou outra inflação elevada após a taxa de 6,5 por cento registrada em 2011 - a maior em sete anos.

A meta de Dilma também está bem acima das previsões independentes. A Organização das Nações Unidas (ONU) espera uma expansão de apenas 2,7 por cento para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano. Isso significa que o governo pode entrar com estímulos mais pesados que o esperado, especialmente se a crise da zona do euro piorar ou se a economia da China desacelerar consideravelmente.

Os estímulos podem, por consequência, fazer o Brasil descumprir a meta de superávit primário de 3,1 por cento do PIB no fim do ano. 

fonte: agência de notícias Reuters Brasil
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