Ibovespa inaugura agosto de olho nos Estados Unidos


Final de semana pode ser decisivo para o desempenho do principal índice acionário nacional nas próximas semanas.
Após fechar a semana acumulando perdas de 2,4%, o Ibovespa deve começar as operações da próxima segunda-feira (1/8) a reboque do noticiário vindo dos Estados Unidos ao longo do final de semana.
A persistência do impasse entre o presidente Barack Obama e os republicanos impossibilita a elaboração de um cenário claro para os próximos pregões. Para Rafael Dornaus, operador de bolsa da Hencorp Commcor Corretora, o cenário ainda é muito turvo.
"Nunca se sabe, os dois partidos ainda estão muito distantes de um acordo", afirma o operador. Embora a torcida seja por um novo plano que tire o país dessa crise político-financeira, ainda há dúvidas sobre esse resultado. "Se não sair nada nesses dois dias, teremos uma semana bastante tensa."
Ainda nos Estados Unidos, está prevista para a semana a divulgação do Relatório de Emprego, indicador tradicionalmente relevante para a operação de bolsa.
A expectativa deverá se estender até a noite de domingo (31/7), quando a China publica dados muito importantes da indústria. No começo desta semana, boatos rondaram o mercado apontando para um resultado abaixo dos 50 pontos para esse indicador. "Se esse dado não vier bom, já começamos a segunda-feira com o pé esquerdo", brinca Dornaus.
Instabilidade
Mesmo para quem está habituado com a precisão da análise gráfica, que via de regra desconsidera boa parte do cenário macroeconômico na hora de pautar as ordens de compra e venda, a próxima semana poderá ser tumultuada.
Juliano Carneiro, especialista em análise técnica da Cardin Investimentos, explica que, embora do ponto de vista gráfico, puramente, a tendência de queda tenha sido mantida, "estamos dependentes do noticiário externo".
"Esse é um ponto de cataclisma", sinaliza. "Esse final de semana vai ser crucial para o restante do ano e mesmo para a análise técnica, temos um gráfico bastante indefinido." Para Carneiro, a semana deverá ser decisiva e, com isso, a volatilidade deverá vir forte.
Na prática, o gráfico semanal "alfinetou" os 58.300 pontos - importante suporte do índice, tendo feito a mínima aos 58.009 pontos o que, como lembra Eduardo Collor, analista técnico do Banif Investment Bank, é sinal de suporte forte. "Número redondos demais tendem a segurar muito o índice."
Nos dois últimos dias a figura identificada por Collor foi o Harami, que é claramente reversiva, o que pode dar um viés de repique à próxima semana.  "Espero uma semana melhor", afirma o analista.
Caso venha um repique mais forte, no rompimento dos 59.340 pontos o objetivo passa a ser os 61.000 pontos. Ainda que curto, é um alvo mais positivo.

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